Lidando com a coceira ao redor do estoma: dicas para prevenção e alívio

Sentir coceira na pele ao redor do estoma, conhecida como “prurido periestomal”, pode ser bastante incômodo e difícil de tratar. Surpreendentemente, muitas pessoas experimentam essa sensação mesmo quando a pele parece estar saudável. No entanto, algumas ações simples são importantes para prevenir ou gerenciar esse problema comum.

Entendendo a coceira periestomia

Recentemente realizamos uma pesquisa com enfermeiros estomaterapeutas e seus pacientes para entender melhor o prurido periestomal.

Os resultados foram esclarecedores:

• 87% das pessoas com estomas relataram sentir coceira ao redor do estoma, mesmo que em 36% dos casos a pele aparentasse estar saudável, sem sinais de irritação.
• 71% dos enfermeiros lembraram de momentos em que pacientes relataram coceira, mesmo quando a pele não apresentava vermelhidão ou irritação visível.
• Apesar de os enfermeiros incentivarem os pacientes a relatar a coceira, muitos pacientes não compartilham esse sintoma com os profissionais de saúde.

Causas e prevenção

Candidíase: a candidíase, uma infecção fúngica da pele, é uma das principais causas de coceira intensa na região periestomal. Ela pode ocorrer em ambientes úmidos e quentes ou como resultado de vazamentos ao redor do estoma. Aqui estão algumas medidas preventivas simples:

• Verifique se o sistema de bolsa está bem ajustado para reduzir a umidade ao redor do estoma.
• Após atividades que envolvam água, seque bem a área periestomal.

Dermatite: a dermatite irritante pode ser causada por substâncias presentes em produtos de higiene ou pela exposição à excreção do estoma devido a vazamentos. Veja dicas simples de prevenção:

• Verifique regularmente se a abertura da bolsa está adequada ao seu estoma.
• Utilize produtos suaves e recomendados para sua pele.
• Mantenha uma rotina simples de cuidados com a pele, priorizando a limpeza com água.

Além das causas mencionadas, o prurido periestomal pode ser resultado de outros fatores, como calor, umidade e ressecamento. Se você está lidando com coceira persistente, considere consultar um enfermeiro estomaterapeuta.

Em resumo, a coceira periestomia pode ser um desafio, mas com o apoio adequado de profissionais de saúde e a adoção de medidas preventivas simples, é possível gerenciar eficazmente esse problema.

Nota da Diretoria – Transparência Pública

Também disponibilizamos o Plano de Trabalho da APO, com descrição dos serviços, objetivos, recursos materiais e humanos e tudo que envolve o atendimento à pessoa ostomizada e a garantia dos seus direitos. Este Plano de Trabalho foi elaborado em função da participação da APO no Chamamento Público nº 07/2022, conforme edital de 26 de outubro de 2022, que destina recursos financeiros do Fundo Municipal de Apoio ao Deficiente (FMAD) às instituições denominadas Organizações da Sociedade Civil (OSC).

Em cumprimento à Lei Federal nº 13019/2014, a Diretoria da Associação Paranaense dos Ostomizados (APO) disponibiliza o Termo de Fomento celebrado entre a Fundação de Ação Social (FAS) de Curitiba, em 15 de setembro de 2023, na qual foi celebrado repasse de recursos do Fundo Municipal de Apoio ao Deficiente (FAD) para o pagamento de despesas da associação, com vigência a partir de 5 de outubro de 2023 a 5 de outubro de 2024.

Este material é um caderno de verificações e análises. Clique aqui para acessá-lo na íntegra.

O que é disbiose intestinal? Entenda os sintomas e a prevenção

Por Glória Marcondes
Estomaterapeuta e assessora técnica da CASEX

Dieta rica em fibras, uso criterioso de antibióticos e prática de exercícios físicos regulares são abordagens benéficas contra a disbiose intestinal (Freepik)

A disbiose, termo que denota um desequilíbrio na comunidade microbiana do corpo, tem despertado crescente interesse na comunidade científica. Com ênfase na disbiose intestinal, este artigo explora as complexidades dessa condição e seus impactos em nossa saúde.

A disbiose geral refere-se a alterações negativas na composição e função da microbiota, que é o conjunto de microrganismos que habitam naturalmente o corpo humano. Essa disfunção pode ocorrer em diversos órgãos, mas a disbiose intestinal é particularmente significativa, dada a centralidade do trato gastrointestinal para a saúde de todo o corpo.

O intestino humano é habitado por trilhões de microrganismos, desempenhando papel crucial na digestão, absorção de nutrientes e modulação do sistema imunológico. Quando há quebra no equilíbrio dessa comunidade, surgem condições propícias para o desenvolvimento da disbiose intestinal. Fatores como uso indiscriminado de antibióticos, dieta pobre em fibras, estresse crônico e infecções gastrointestinais podem desencadear esse desequilíbrio.

Os sintomas da disbiose intestinal são diversos e podem variar desde desconforto abdominal e irregularidades no trânsito intestinal até problemas imunológicos e inflamatórios. A integridade da barreira intestinal, responsável por manter o equilíbrio entre o ambiente externo e o interno, é comprometida na disbiose, levando a um aumento da permeabilidade intestinal. Isso permite a passagem de substâncias indesejadas para a corrente sanguínea, desencadeando reações imunológicas adversas.

Além disso, a disbiose intestinal tem sido associada a uma série de condições crônicas, incluindo doenças autoimunes, obesidade, diabetes e distúrbios neuropsiquiátricos. A comunicação entre o intestino e o cérebro é afetada pela disbiose, podendo contribuir para distúrbios como ansiedade e depressão.

Diante desse cenário, estratégias para restaurar a saúde da microbiota intestinal têm sido objeto de intensa pesquisa. A promoção da diversidade bacteriana por meio de uma dieta rica em fibras, uso criterioso de antibióticos, prática de exercícios físicos regulares e incorporação de probióticos na dieta são abordagens consideradas benéficas.

A compreensão da disbiose intestinal está evoluindo, e novas terapias estão sendo desenvolvidas para restaurar o equilíbrio microbiota. A pesquisa em microbioma, a análise avançada de dados genômicos e as intervenções personalizadas estão moldando o futuro da abordagem terapêutica para a disbiose.

Concluindo: a disbiose intestinal emerge como um campo fascinante e crucial na compreensão da saúde humana. Seu impacto vai além do sistema digestivo, influenciando diversas áreas do organismo. A busca por estratégias eficazes para preveni-la e tratá-la representa um avanço significativo na promoção da saúde global e no manejo de doenças associadas a esse desequilíbrio microbiano.

Conheça a Laenfe, liga acadêmica de enfermagem da UFPR dedicada a aprofundar estudos sobre a Estomaterapia

Liga é parceira da Associação Paranaense dos Ostomizados na produção de conteúdo sobre ostomia

Membros da liga na 3° Jornada Acadêmica Laenfe/UFPR e Pinhão Científico Sobest

Desde o início de agosto, a APO mantém uma parceria com a Liga Acadêmica de Enfermagem em Estomaterapia da Universidade Federal do Paraná (Laenfe/UFPR) para a produção de conteúdos sobre ostomia nas redes sociais. De lá para cá, já foram produzidos diversos vídeos explicativos sobre temas como os principais tipos de ostomia, cuidados com as bolsas e até mesmo orientações específicas para pais e responsáveis de crianças ostomizadas.

Atualmente a Laenfe conta com 29 membros, dentre estudantes, coordenadores e enfermeiros para suporte técnico. Entre as principais atividades do grupo estão aulas práticas e teóricas, produção científica, palestras e participação e organização de eventos e cursos.

Em junho deste ano, a liga se tornou creditada e registrada pela Associação Brasileira de Estomaterapia (Sobest), o que permitiu ao grupo organizar o evento “3ª Jornada Acadêmica da Laenfe e Pinhão Científico da Sobest”, evento que contou com a participação da presidente da APO, Katia Oliveira.

Confira a seguir um bate-papo com a vice-presidente da Laenfe, Luciane Lachouski, que é ileostomizada.

Jornal APO: Como foi o início da Laenfe?

Luciane Lachouski: A Laenfe foi fundada em 2019 a partir do desejo de uma aluna de enfermagem de aprender mais sobre a Estomaterapia. A partir disso, ela procurou a Prof° Dra Shirley Boller – professora adjunta no Departamento de Enfermagem da UFPR e também estomaterapeuta – para que ela a orientasse nessa iniciativa.

A vontade de criar a Laenfe surgiu mais especificamente da vivência dessa aluna no conteúdo de uma disciplina do 4° período chamada “Fundamentos para o Cuidar em Enfermagem”. Ela percebeu que era extremamente importante que os futuros profissionais de enfermagem tivessem um aprofundamento na temática de Estomaterapia, por ser um conteúdo bastante utilizado no exercício profissional.

Jornal APO: Quais são os objetivos da liga?

Luciane Lachouski: O principal deles é auxiliar alunos do curso de Enfermagem em sua trajetória, contribuindo no aperfeiçoamento através de estudos, pesquisas, extensão e debates com o propósito de despertar interesse em Estomaterapia.

Entre outros objetivos estão despertar o interesse dos acadêmicos de Enfermagem no estudo de temas relevantes da Estomaterapia; organizar e incentivar atividades de caráter cultural, científico e social que visem o aprimoramento da formação universitária de seus membros; e fornecer suporte aos alunos interessados em desenvolver iniciações científicas dentro desse tema.

Jornal APO: Quais as funções dos ligantes?

Luciane Lachouski: Os ligantes se dividem em diretoria executiva e demais membros. Aos que fazem parte da diretoria compete estabelecer o número de vagas disponíveis anualmente pela Laenfe; organizar e divulgar os encontros e demais atividades. Já aos outros membros cabe auxiliar nas atividades, representar a liga nos eventos, fazer processo seletivo para ingresso na liga, comparecer às reuniões, entre outras funções.

Jornal APO: Qual é o apoio recebido pela UFPR?

Luciane Lachouski: O apoio é o vínculo que a Laenfe tem como projeto de extensão. Atualmente a UFPR enquadra as ligas acadêmicas como extensão universitária, porém já há uma comissão técnica na universidade que está discutindo um regimento próprio para essas ligas. Enquanto esse regimento ainda não está em vigor, a Laenfe atende as normas estabelecidas pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec-UFPR). Dessa maneira, a liga participa de editais de bolsa de extensão e de fomentos por meio de editais e chamadas internas divulgadas pela Proec.